domingo, 8 de fevereiro de 2015

Em 2006, Ministério de Assuntos Islâmicos do Qatar publicou decisão que permitia queimar pessoas; decisão foi retirada depois que o Estado Islâmico queimou piloto jordaniano

O Islam Web, um popular site de propriedade do Ministério de Assuntos Islâmicos do Qatar, publicou uma Fatwa (decisão legal) que permitia que pessoas fossem queimadas vivas.

Em 7 de fevereiro de 2006, o popular site árabe emitiu a Fatwa número 71480, intitulada "A queima de Ias bin Abdul Yalil por Abu Bakr." A fatwa, ou decreto islâmico, concluiu que a queima de pessoas como uma forma de punição é legalmente aceita.

De acordo com Raymond Ibrahim, a Fatwa que permitia a queima de pessoas foi retirada as pressas, logo depois que o piloto jordaniano foi queimado vivo pelo Estado Islâmico.

Em 2007, o Islam Web ganhou o World Summit Award, sendo considerado "o melhor site de educação interativa para crianças falantes de língua árabe, pelo consenso do júri, que se reuniu na Croácia, para avaliar as produções de 160 países."

Screenshot da Fatwa -- que usa os mesmos argumentos e fontes que o Estado Islâmico usou para justificar sua ação:
(a tradução vem logo em seguida)




A queima de Ias bin Abdul Yalil por Abu Bakr

Fatwa No. 71.480

Terça-feira 07/02/2006

[Pergunta]: Como conciliar a proibição da queima [de inimigos] pelo fogo feita pelo Profeta -- que a paz esteja sobre ele -- e a queima de Ias Abdul Yalil por Abu Bakr -- que Alá esteja satisfeito com ele -- durante a guerra de apostasia?

[Resposta]: Louvado seja Alá, que a paz e as bênçãos estejam sobre o Mensageiro de Alá, sua família e companheiros. Agora:

O fato de que o profeta -- que a paz esteja sobre ele -- proibiu a queima com fogo está documentada e declarada no seu santo hadith -- paz e bênçãos estejam sobre ele -- quando ele disse: "Ninguém pune com fogo, exceto o Senhor do fogo", Narrado por Abu Dawood e Ahmad em seu Musnad.

Os estudiosos divergem quanto a saber se essa proibição é para impedir ou apenas por humildade; Ibn Hajar disse em [seu livro] Fath Albari: "...al-Muhallab disse: Esta proibição não é para impedir, mas apenas por humildade, e a prova de que a queima é permitida está nos atos de companheiros do Profeta. O profeta -- que a paz esteja sobre ele -- queimou os olhos dos Oranyeen [de Orayna] com ferro quente [pregos]. E Abu Bakr queimou os agressores na presença dos companheiros; Khalid Bin al-Walid [comandante do exército muçulmano] queimou alguns apóstatas, e a maioria dos estudiosos de Medina [cidade do profeta] permitem que castelos e navios sejam queimados. Iste foi afirmado por Althawri e al-Awzaai. Ibn Munir e outros disseram: não há uma prova para a permissão, porque a história dos Oranyeen foi uma vingança, e no caso de castelos e navios é permitido por necessidade como condição, se for uma maneira de alcançar a vitória sobre o inimigo.

Quanto a história de Abu Bakr (que Alá esteja satisfeito com ele), a queima de Ias Abdul Yalil com o fogo está documentada nos livros de história. No livro (Alkamel): "Ias Abdul Yalil veio até Abu Bakr e disse a ele: me ajude a combater os apóstatas dando-me armas. Ele lhe deu armas e ordenou que seguisse as ordens; ele veio até os muçulmanos e até mesmo desceu para Aljoa, e enviou Nokhba bin Abi Almithae da [tribo] Bani Sharid e nomeou um Emir para os muçulmanos, em seguida ele atacou todo muçulmano das tribos de Salim, Amer e Hawazen. Abu Bakr (que Alá esteja satisfeito com ele) ouviu sobre isso, então ele mandou alguém para prendê-lo [Ias] e trazê-lo de volta. Abu Bakr ordenou que um fogo fosse aceso no tribunal de oração e, em seguida, ele atirou [Ias] nele [no fogo] com as mãos amarradas.

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